quarta-feira, 7 de julho de 2010

Controle suas dívidas.

Após definir seus objetivos financeiros e elaborar seu orçamento, é primordial manter as dívidas sob controle. Muitos brasileiros se endividam de forma irresponsável, seja por falta de educação financeira ou por cair da armadilha do crédito fácil. Alguns dados do Banco Central deixam claro nosso grau de endividamento:

• Mais de 15 milhões de clientes de bancos têm dívidas acima de R$ 5.000,00, número 47% maior que o medido em dezembro de 2005 e 13,6% maior que a marca alcançada em 2006;

• São 80 milhões de clientes com alguma dívida, mesmo que pequena;
• Cada consumidor tem, em média, 3 débitos diferentes (carro, casa e empréstimo);

• O uso do rotativo do cartão de crédito (não pagamento integral da fatura) cresceu 30,4% em 2007, ficando atrás apenas do crédito consignado (crescimento de 31,9%);

• A dívida das pessoas fisicas com os bancos somam R$ 442,4 bilhões. Desse total, 33% (R$ 146 bilhões) vencem em até 180 dias e 16,8% (R$ 74,7 bi) vencem em até 360 dias.

Por conta disso, vale a pena saber mais sobre endividamento e ficar por dentro de algumas dicas e conceitos:

• Algumas dívidas são boas: financiar sua casa ou seu carro pode ser válido no intuito de alcançar mais rápido um objetivo, até porque essas dívidas geralmente possuem as menores taxas de juros. Entretanto, esteja certo de não se comprometer com uma prestação acima do que você realmente possa pagar, por conta dos outros gastos relacionados a esses bens. Já escrevemos sobre quanto custa ter um carro, por exemplo. Pesquise também pelas melhores taxas do mercado. O Banco Central lançou agora a pouco um serviço onde é possível comparar juros das principais modalidades de crédito, tais como cheque especial, crédito pessoal, aquisição de veículos e de bens.

• Algumas dívidas são ruins: evite usar o cartão de crédito para pagar por coisas que você consome rapidamente, como viagens de férias, por exemplo. Geralmente é a maneira mais rápida e “eficiente” para se endividadar. Ao invés disso, separe mensalmente algum dinheiro, para poder pagar à vista por gastos como esses. Como ja falamos na definição de objetivos financeiros, quando há algo que você queira muito, mas custa caro, poupe por algum período (semanas ou meses) para efetuar esse gasto e evite assim as altas taxas cobradas pelas operadoras de cartões de crédito.

• Priorize o pagamento das dívidas mais “caras”: o segredo para se livrar das dívidas é pagar primeiro as dívidas com os juros mais altos, tais como cartão de crédito ou cheque especial, pagando o mínino permitido dos demais débitos. Uma vez que a dívida mais cara for paga, passe para a próxima mais alta e assim sucessivamente.

• Não caia na armadilha da parcela mínima: quando você apenas paga o valor mínimo da fatura do seu cartão de crédito, está pagando apenas o valor dos juros daquele mês, não abatendo nada da sua dívida. Levará anos para pagar completamente a dívida e muito provalmente você terminará pagando muito mais do que o valor da dívida.

• Observe de onde você está pegando emprestado: quando você é disciplinado, muitas vezes é melhor pegar emprestado de você mesmo, ou seja, do dinheiro que você investe, pois, na maioria das vezes, o rendimento dos seus investimentos são bem menores que os juros cobrados pelos financiamentos do mercado. Entretanto, isso pode ser muito perigoso, caso você não o faça de uma maneira organizada. Pode comprometer seus objetivos de longo prazo, como a compra de algum bem ou até mesmo sua aposentadoria.

• Espere pela inesperado: construa uma poupança de segurança, com o montante suficiente para manter sua família por um período de três a seis meses para o caso de alguma emergência. Se você não tiver um fundo de emergência, um imprevisto como um carro quebrado ou problemas no apartamento pode prejudicas seriamente suas finanças.

• Não se apresse para quitar algumas dívidas: não comprometa suas reservas com o pagamento de dívidas com baixas taxas de juros, como imóveis ou automóveis, principalmente se tiver outras dívidas. Lembre-se de priorizar as dívidas mais caras, e não as mais longas.

• Procure ajuda assim que você precisar: se você tiver mais dívidas do que acha que pode pagar, procure ajuda antes que esses débitos te “quebrem”. Há órgãos de defesa do consumidor ou mesmo bancos que podem consolidar sua dívida e ajudá-los a gerenciar melhor suas finanças. Também existem muitas informações gratuitas espalhadas pela internet que podem te ajudar. Mas fique atento porque há também muita gente querendo tirar proveito de pessoas em situações desesperadoras.

Publicado por Rafael Seabra no blog http://queroficarrico.com/blog (17/02/09)

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