O mundo dos esportes é marcado por grandes duelos. A maioria, como no futebol e demais esportes coletivos, a rivalidade envolve agremiações. Poucos são os duelos envolvendo esportistas. Lembro-se de Ayrton Senna e Alan Prost na Fórmula 1; Pete Sampras e André Agassi no tênis e, mais recentemente, Roger Federer e Rafael Nadal, também no tênis.
Uma rivalidade em particular ficou marcada por exceder os limites esportivos. Trata-se do duelo entre os enxadristas Garry Kasparov e Anatoly Karpov que ficou conhecido como duelo “Ka-Ka” ou “2 Ks”.
Ambos se encontraram pela primeira vez diante de um tabuleiro quando Kasparov tinha tão somente 12 anos, numa partida de exibição em que Karpov, como então campeão do mundo, oferecia frente a jovens promessas. Desde o primeiro contato saltaram faíscas entre eles.
1978 foi certamente o mais tumultuado que já se viu, quando Karpov aprontou-se para enfrentar o mais vibrante e talentoso representante da nova geração, na pessoa de Kasparov. Quando se deu esse embate épico, no qual o título ficaria com aquele que conquistasse primeiro seis vitórias, sem limite de partidas, Karpov mostrou que ainda se encontrava numa classe exclusiva, impondo em tão somente 9 partidas, um contundente escore de 4 vitórias, contra nenhuma derrota, ante seu jovem desafiante. Contudo, o match se estendeu muito além do que se prognosticava então, alcançando o supra-humano número de 48 partidas jogadas em quase 5 meses de conflito, sendo suspenso e, por fim, cancelado pelo presidente da FIDE quando o escore ainda apontava a vantagem de Karpov por 5 vitórias a 3 de Kasparov. No ano seguinte, tendo fornecido uma valiosa aprendizagem a seu rival com esse “match de treinamento”, Karpov não pode reter o título em nova disputa, nem recuperá-lo nos titânicos confrontos que se seguiram até 1990. Em 144 partidas válidas entre estes “2 Ks” pela posse do título mundial, o acumulado aponta 19 vitórias de Karpov contra 21 de Kasparov e 104 empates. Isso soma centenas de horas sentados, cara a cara, em tenso silêncio, contendo o ódio que abertamente e sem ambigüidades declaravam sentir um pelo outro. Simplesmente, o maior confronto da história do jogo!
Esta inimizade é fácil de compreender, tendo em conta o quanto são diferentes ambos enxadristas. Tanto em seu caráter como em seu estilo e, inclusive, em suas idéias políticas. Kasparov é do sul, tem um temperamento apaixonado, um estilo de jogo extremamente agressivo, e foi um dos símbolos da Perestroika na Rússia em meados dos anos 80.
Pelo contrário, Anatoli Karpov é frio, astuto, calculista, um virtuoso do jogo defensivo, e era, então, um dos estandartes do regime comunista. Resulta difícil de imaginar dois personagens mais antagônicos e todas estas diferenças não faziam mais do que adicionar emoção a seus encontros.
O vídeo abaixo mostra um confronto em 2002 no qual Karpov, depois de muitos anos, saiu vencedor.
Ambos já se aposentaram e não jogam mais oficialmente. Kasparov atualmente é líder do partido de oposição Frente Cívica Unida (FCU) e no final de 2007, antes das eleições russas, foi preso por 5 (cinco) dias em razão de uma manifestação política.
Adivinhem quem foi visitá-lo na prisão? Isso mesmo, Anatoly Karpov.
Isso mostra que pode haver respeito mesmo entre os rivais.
E você, o que achou da rivalidade?
Uma rivalidade em particular ficou marcada por exceder os limites esportivos. Trata-se do duelo entre os enxadristas Garry Kasparov e Anatoly Karpov que ficou conhecido como duelo “Ka-Ka” ou “2 Ks”.
Ambos se encontraram pela primeira vez diante de um tabuleiro quando Kasparov tinha tão somente 12 anos, numa partida de exibição em que Karpov, como então campeão do mundo, oferecia frente a jovens promessas. Desde o primeiro contato saltaram faíscas entre eles.
1978 foi certamente o mais tumultuado que já se viu, quando Karpov aprontou-se para enfrentar o mais vibrante e talentoso representante da nova geração, na pessoa de Kasparov. Quando se deu esse embate épico, no qual o título ficaria com aquele que conquistasse primeiro seis vitórias, sem limite de partidas, Karpov mostrou que ainda se encontrava numa classe exclusiva, impondo em tão somente 9 partidas, um contundente escore de 4 vitórias, contra nenhuma derrota, ante seu jovem desafiante. Contudo, o match se estendeu muito além do que se prognosticava então, alcançando o supra-humano número de 48 partidas jogadas em quase 5 meses de conflito, sendo suspenso e, por fim, cancelado pelo presidente da FIDE quando o escore ainda apontava a vantagem de Karpov por 5 vitórias a 3 de Kasparov. No ano seguinte, tendo fornecido uma valiosa aprendizagem a seu rival com esse “match de treinamento”, Karpov não pode reter o título em nova disputa, nem recuperá-lo nos titânicos confrontos que se seguiram até 1990. Em 144 partidas válidas entre estes “2 Ks” pela posse do título mundial, o acumulado aponta 19 vitórias de Karpov contra 21 de Kasparov e 104 empates. Isso soma centenas de horas sentados, cara a cara, em tenso silêncio, contendo o ódio que abertamente e sem ambigüidades declaravam sentir um pelo outro. Simplesmente, o maior confronto da história do jogo!
Esta inimizade é fácil de compreender, tendo em conta o quanto são diferentes ambos enxadristas. Tanto em seu caráter como em seu estilo e, inclusive, em suas idéias políticas. Kasparov é do sul, tem um temperamento apaixonado, um estilo de jogo extremamente agressivo, e foi um dos símbolos da Perestroika na Rússia em meados dos anos 80.
Pelo contrário, Anatoli Karpov é frio, astuto, calculista, um virtuoso do jogo defensivo, e era, então, um dos estandartes do regime comunista. Resulta difícil de imaginar dois personagens mais antagônicos e todas estas diferenças não faziam mais do que adicionar emoção a seus encontros.
O vídeo abaixo mostra um confronto em 2002 no qual Karpov, depois de muitos anos, saiu vencedor.
Ambos já se aposentaram e não jogam mais oficialmente. Kasparov atualmente é líder do partido de oposição Frente Cívica Unida (FCU) e no final de 2007, antes das eleições russas, foi preso por 5 (cinco) dias em razão de uma manifestação política.
Adivinhem quem foi visitá-lo na prisão? Isso mesmo, Anatoly Karpov.
Isso mostra que pode haver respeito mesmo entre os rivais.
E você, o que achou da rivalidade?
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