segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não basta uma boa marca. É preciso saber utilizá-la

Quando avaliamos a forma e a utilização das marcas pelas empresas, independente do segmento ou do porte, podemos notar uma verdadeira proliferação no uso indevido da imagem pelas companhias. No entanto, a marca deve ser vista como expressão de valor e, desta forma, antes de aplicá-la desordenadamente, é preciso avaliar onde, quando e porque devemos expor o principal símbolo da companhia.

Na maioria dos casos, o que vemos é o uso da marca como expressão de posse, ou seja, como um registro de propriedade. As companhias aplicam a marca para reforçar que aquele material, ou equipamento, pertence a ela. Porém, o objetivo da exposição não deve ser demarcar território, mas sim contribuir para a valorização da marca e da empresa. Quando utilizada indiscriminadamente, a exposição, ao invés de criar valor, gera um resultado contrário e conduz à sua banalização.

De modo geral, há alguns conceitos que devem ser claros para uma boa gestão de marca. O primeiro, e o mais importante, é não utilizar a marca como carimbo. Não podemos automatizar o uso da marca, aplicando-a em tudo que vemos pela frente.

É necessário sempre questionar a razão pela qual a marca deve ser aplicada nos materiais. Casos de materiais degradáveis ou sujeitos à depreciação, por exemplo, capachos, lixeiras, guardanapos etc. Nós queremos ver nossa marca pisada, suja, deteriorada? Quando a aplicação for por uma questão fiscal ou jurídica, o recomendável é utilizar apenas a razão social.

Assim, podemos elencar alguns locais onde não devemos incluir a marca: placas de trânsito ou de segurança, sinalização de serviços, paredes de instalações industriais, caixas d’água, chaminés, etiquetas de patrimônio (como as incluídas em computadores e mobiliário, por exemplo), equipamentos diversos genéricos, que não tem relação com a atividade da empresa etc.

Considerando o objetivo de sempre agregar valor, a marca deve ser utilizada em locais que demonstre esta valorização. De modo geral, ela deve estar no nosso peito e na nossa mente, assim, a aplicação em uniformes e capacetes é recomendada. Também devemos expor a nossa marca para aqueles que chegam à companhia, o que significa sempre incluí-la nas portarias, recepções, identificação de prédios, setores ou áreas específicas. Se há a necessidade de dialogar com consumidores ou clientes, as mensagens também devem ser assinadas com a marca para reforçar a credibilidade necessária.

Marca não é registro de propriedade. Marca é expressão de valor.

Carlos Dranger (Arquiteto pela FAUUSP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1974). Já dirigiu o setor de comunicações da Olivetti do Brasil e associou-se a Cauduro em 1983. Como Diretor de Criação, foi responsável por inúmeros Projetos de Identidade de Marca para grandes empresas brasileiras. Foi também diretor da ADG (Associação dos Designers Gráficos). O executivo já foi eleito Profissional de Design do Ano no Festival Brasileiro de Promoção, Embalagem e Design da About, em 1995 e 2008).

HSM Online
19/11/2010

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