"Invisto em ações desde 2005 através de fundos de investimento em ações e desde o ano passado venho progressivamente resgatando minhas posições nesses fundos para investir diretamente via home broker.
Tomei essa decisão por vários aspectos, dentre os quais posso citar: estudei bastante e me sinti preparado para começar, estava muito insatisfeito com a taxa de administração cobrada pela fundo do qual era cotista e encontrei uma forma de começar mantendo os mesmos riscos do fundo.
Como montei minha primeira carteira
Como eu gostava muito do fundo que investia, justamente por estar alinhado com meus princípios (investimento em empresas de grande potencial, através de fundamentos sólidos), resolvi que montaria minha carteira muito parecida com a do fundo, de preferência utilizando proporções bem próximas da realidade.
Aí você poderia perguntar: “Até conheço boa parte empresas das empresas que meu fundo investe, mas como saber as proporções, se o gestor não divulga?“. Não divulga para você, mas é obrigado a fornecer todas essas informações para a Comissão de Valores Mobiliários. E a CVM gentilmente nos fornece todos esses dados, através do link Fundos de Investimento em seu site.
Nesse link é possível conhecer a composição da carteira de qualquer fundo de investimento, e não apenas de fundos de ações. Recentemente tirei uma dúvida de um leitor sobre a composição de um fundo de renda fixa do Banco do Brasil, por exemplo. E fiz essa consulta pelo site da CVM.
Como faço meus “aportes” mensais
Montada minha carteira inicial, encontrei outra dificuldade. Como faria meus aportes mensais? No fundo é bem fácil, pois basta fazer a aplicação e pronto. O gestor que “se vire” para aplicar meu dinheiro. Mas agora quem comanda sou eu.
O grande problema é saber se devo comprar outra ação ou reaplicar nas que já possuo. Além disso, em qual devo reaplicar? Como saber qual está mais barata ou menos cara? Tive que ler alguns livros até definir uma estratégia para avaliar minhas empresas e atualmente estou satisfeito com ela.
Recomendo dois ótimos livros para essa fase: “Avaliando Empresas, Investindo em Ações“, de Carlos Debastiani e Felipe Russo, e “Quanto Custa Ficar Rico?“, de Paulo Portinho.
Método para avaliação de ações e carteiras de ações
Visitando o sempre interessante Blog do Portinho, editado por Paulo Portinho, li uma série de artigos falando sobre o Método INI. O método ensina investidores iniciantes a selecionar empresas para montagem de carteira de ações. ]
Ainda não comecei a utilizá-lo, mas confesso que fiquei bem empolgado com tudo que li até agora.
Dentre essas leituras, conheci as cinco premissas que o método utiliza para alcançar seus objetivos e tomei a liberdade de divulgá-los logo a seguir, justamente por concordar com eles e utilizá-los desde que comecei a investir.
1. Investir com regularidade, independente das perspectivas do mercado
Quando você começar a investir, poderá ficar inseguro quanto ao momento certo para entrar ou sair de uma empresa. O tempo e a experiência ajudarão a afastar estes receios. As evidências indicam que o mercado de ações, no longo prazo, tem sido a aplicação de melhor retorno.
2. Reinvestir todos os lucros
Reaplique no mercado todos os lucros de seus investimentos. Isto permitirá a você maximizar seus ganhos através da capitalização composta, ganhando mais do que se mantivesse apenas o capital original empregado.
O brasileiro costuma chamar essa capitalização composta de “juros-sobre-juros” e, normalmente, isso é fruto de uma experiência de dívida. No caso da poupança, os tais “juros-sobre-juros” estarão trabalhando a seu favor e não contra, como no caso das dívidas.
3. Investir em empresas com passado e potencial para crescimento
Adquira ações de empresas cujas vendas e lucros estejam evoluindo em velocidade maior que o Produto Interno Bruto (PIB) e cujos históricos sugiram que elas estarão mais valorizadas nos cinco anos seguintes.
4. Diversificar para reduzir o risco
Algumas de suas escolhas serão muito bem sucedidas e outras trarão resultados decepcionantes.
Como é impossível prever o futuro com exatidão, não se deve esperar que todos os resultados sejam satisfatórios. Através da diversificação, você precisará apenas de um crescimento médio que alcance a sua meta; um eventual erro não provocará um grande desequilíbrio.
5. Investir em empresas com bons princípios de governança corporativa
Dessa forma você estará lidando com empresas socialmente responsáveis, empresas que respeitam o meio ambiente, a legislação e, principalmente, os direitos e a relação com os acionistas minoritários.
Considerações finais
Não tenho pretensão de estimular ninguém a fazer o mesmo que fiz. O intuito deste artigo é mostrar que existem alternativas para minimizar o risco do investimento em ações e o principal deles é estudar bastante antes de começar.
Ressalto também que investir diretamente em ações demanda mais capital que investir em fundos. Enquanto é possível investir em fundos com apenas R$ 100 por mês, em ações é necessário bem mais, para compensar o valor da corretagem. Estejam atentos a isso.
Por fim, nunca é demais lembrar que toda e qualquer decisão tomada após a leitura deste blog é de única e exclusiva responsabilidade do leitor".
Por Rafael Seabra Rafael Seabra - Educador Financeiro e consultor de Tecnologia da Informação, cursa o MBA em Finanças pelo Ibmec e é formado em Ciência da Computação pela UFPE. Autor do blog Quero Ficar Rico, ministra palestras e cursos de Educação Financeira.
Disponível em www.querodicarrico.com/blog - 07/01/11
Tomei essa decisão por vários aspectos, dentre os quais posso citar: estudei bastante e me sinti preparado para começar, estava muito insatisfeito com a taxa de administração cobrada pela fundo do qual era cotista e encontrei uma forma de começar mantendo os mesmos riscos do fundo.
Como montei minha primeira carteira
Como eu gostava muito do fundo que investia, justamente por estar alinhado com meus princípios (investimento em empresas de grande potencial, através de fundamentos sólidos), resolvi que montaria minha carteira muito parecida com a do fundo, de preferência utilizando proporções bem próximas da realidade.
Aí você poderia perguntar: “Até conheço boa parte empresas das empresas que meu fundo investe, mas como saber as proporções, se o gestor não divulga?“. Não divulga para você, mas é obrigado a fornecer todas essas informações para a Comissão de Valores Mobiliários. E a CVM gentilmente nos fornece todos esses dados, através do link Fundos de Investimento em seu site.
Nesse link é possível conhecer a composição da carteira de qualquer fundo de investimento, e não apenas de fundos de ações. Recentemente tirei uma dúvida de um leitor sobre a composição de um fundo de renda fixa do Banco do Brasil, por exemplo. E fiz essa consulta pelo site da CVM.
Como faço meus “aportes” mensais
Montada minha carteira inicial, encontrei outra dificuldade. Como faria meus aportes mensais? No fundo é bem fácil, pois basta fazer a aplicação e pronto. O gestor que “se vire” para aplicar meu dinheiro. Mas agora quem comanda sou eu.
O grande problema é saber se devo comprar outra ação ou reaplicar nas que já possuo. Além disso, em qual devo reaplicar? Como saber qual está mais barata ou menos cara? Tive que ler alguns livros até definir uma estratégia para avaliar minhas empresas e atualmente estou satisfeito com ela.
Recomendo dois ótimos livros para essa fase: “Avaliando Empresas, Investindo em Ações“, de Carlos Debastiani e Felipe Russo, e “Quanto Custa Ficar Rico?“, de Paulo Portinho.
Método para avaliação de ações e carteiras de ações
Visitando o sempre interessante Blog do Portinho, editado por Paulo Portinho, li uma série de artigos falando sobre o Método INI. O método ensina investidores iniciantes a selecionar empresas para montagem de carteira de ações. ]
Ainda não comecei a utilizá-lo, mas confesso que fiquei bem empolgado com tudo que li até agora.
Dentre essas leituras, conheci as cinco premissas que o método utiliza para alcançar seus objetivos e tomei a liberdade de divulgá-los logo a seguir, justamente por concordar com eles e utilizá-los desde que comecei a investir.
1. Investir com regularidade, independente das perspectivas do mercado
Quando você começar a investir, poderá ficar inseguro quanto ao momento certo para entrar ou sair de uma empresa. O tempo e a experiência ajudarão a afastar estes receios. As evidências indicam que o mercado de ações, no longo prazo, tem sido a aplicação de melhor retorno.
2. Reinvestir todos os lucros
Reaplique no mercado todos os lucros de seus investimentos. Isto permitirá a você maximizar seus ganhos através da capitalização composta, ganhando mais do que se mantivesse apenas o capital original empregado.
O brasileiro costuma chamar essa capitalização composta de “juros-sobre-juros” e, normalmente, isso é fruto de uma experiência de dívida. No caso da poupança, os tais “juros-sobre-juros” estarão trabalhando a seu favor e não contra, como no caso das dívidas.
3. Investir em empresas com passado e potencial para crescimento
Adquira ações de empresas cujas vendas e lucros estejam evoluindo em velocidade maior que o Produto Interno Bruto (PIB) e cujos históricos sugiram que elas estarão mais valorizadas nos cinco anos seguintes.
4. Diversificar para reduzir o risco
Algumas de suas escolhas serão muito bem sucedidas e outras trarão resultados decepcionantes.
Como é impossível prever o futuro com exatidão, não se deve esperar que todos os resultados sejam satisfatórios. Através da diversificação, você precisará apenas de um crescimento médio que alcance a sua meta; um eventual erro não provocará um grande desequilíbrio.
5. Investir em empresas com bons princípios de governança corporativa
Dessa forma você estará lidando com empresas socialmente responsáveis, empresas que respeitam o meio ambiente, a legislação e, principalmente, os direitos e a relação com os acionistas minoritários.
Considerações finais
Não tenho pretensão de estimular ninguém a fazer o mesmo que fiz. O intuito deste artigo é mostrar que existem alternativas para minimizar o risco do investimento em ações e o principal deles é estudar bastante antes de começar.
Ressalto também que investir diretamente em ações demanda mais capital que investir em fundos. Enquanto é possível investir em fundos com apenas R$ 100 por mês, em ações é necessário bem mais, para compensar o valor da corretagem. Estejam atentos a isso.
Por fim, nunca é demais lembrar que toda e qualquer decisão tomada após a leitura deste blog é de única e exclusiva responsabilidade do leitor".
Por Rafael Seabra Rafael Seabra - Educador Financeiro e consultor de Tecnologia da Informação, cursa o MBA em Finanças pelo Ibmec e é formado em Ciência da Computação pela UFPE. Autor do blog Quero Ficar Rico, ministra palestras e cursos de Educação Financeira.
Disponível em www.querodicarrico.com/blog - 07/01/11
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